Procura desvendar as zonas recônditas do “eu”, as correspondências entre o mundo visível e o mundo invisível. Cultiva o Oculto e o Mistério, que lhe permite sondar para além das aparências e da realidade tangível.
Temáticas:
1. Fingimento Artístico: “Auto-psicografia”, àvivência da dor; intelectualização da dor
2. Dor de Pensar: ”Ela canta, pobre ceifeira”àdictomia entre a consciência/inconsciência; Sentir/Pensar
3. Nostalgia de um bem perdido: ”Não sei, ama, onde era”; “O Menino da Sua Mãe”; “Tomámos a Vila Depois de um Intenso Bombardeamento”àIntelectualização do sentir
Características Temáticas:
1. Identidade perdida
2. Consciência do absurdo da existência
3. Tensão - Sinceridade/Fingimento; Consciência/Inconsciência; Sonho/Realidade
4. Oposição – Sentir/Pensar; Pensamento/Vontade; Esperança/Desilusão
5. Anti-sentimentalismo: intelectualização da emoção
6. Inquietação metafísica, dor de viver
7. Auto-análise
Características Estilísticas:
1. Musicalidade (através das aliterações, transporte, ritmo, rimas, tom nasal)
2. Verso geralmente curto
3. Predomínio da quadra e da quintilha
4. Adjectivação expressiva
5. Linguagem simples mas com significados escondidos
6. Pontuação emotiva
7. Uso de símbolos
8. Fiel à tradição poética “lusitana”, utilizando por vezes, a quadra popular
Heterónimos:
Para Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente, não querendo saber de outros tempos, e de impressões, sobretudo visuais, e porque recusa a introspecção, a subjectividade, sendo o poeta do real objectivo.
Caeiro canta o viver sem dor, o envelhecer sem angústia, o morrer sem desespero, o fazer coincidir o ser com o estar, o combate ao vício de pensar, o ser um ser uno, e não fragmentado. Rejeita o pensamento, os sentimentos, e a linguagem porque desvirtuam a realidade (a nostalgia, o anseio, o receio são emoções que perturbam a nitidez da visão de que depende a clareza de espírito).
Temáticas:
1. Poesia das sensações: “O Guardador de rebanhos”; “O meu olhar é nítido como um girassol”àRecusa do pensamento e da metafísica; Captar da realidade através das sensações
2. Poesia da Natureza: “E há poetas que são artistas”àInserção das estações, plantas, ambiente nos poemas
Características Temáticas:
1. Objectivismo: deambulação do sujeito poético; integração e comunhão com a Natureza; “eterna novidade do mundo” (há sempre coisas a descobrir na Natureza)
2. Sensacionismo: baseia-se nas sensações para interpretar o que vê (primazia da visão/olhar)
3. Recusa total do pensamento, e por isso é visto como mestre, visto que por não pensar não tem dor, logo atinge a plenitude/felicidade.
4. Espontaneidade
Características Estilísticas:
1. Irregularidade métrica e estrófica; não existe rima
2. Pobreza lexical/linguagem simples
3. Verso longo (ritmo lento, o que sugere tranquilidade)
4. Predomínio da coordenação; Presente do Indicativo
A filosofia de Reis rege-se pelo ideal “Carpe Diem” – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o presente, porque se sabe que a vida é breve. Há que nos contentarmos com o que o destino nos trouxe. Há que viver com moderação, sem nos apegarmos às coisas, e por isso as paixões devem ser comedidas, para que a hora da morte não seja demasiado dolorosa.
a. A concepção dos deuses como um ideal humano
b. As referências aos deuses da Antiguidade (neo-paganismo) greco-latina são uma forma de referir a primazia do corpo, das formas, da natureza, dos aspectos exteriores, da realidade, sem cuidar da subjectividade ou da interioridade - ensinamentos de Caeiro, o mestre de todos os heterónimos
c. A recusa de envolvimento nas coisas do mundo e dos homens
Alberto Caeiro é médico, tendo toda a sua educação sido passada num colégio jesuíta. Este facto contribui para o facto de Caeiro ser latinista, e helenista devido à sua formação (interesse pela cultura grega). Como era monárquico, saiu de Portugal e foi para o Brasil.
Temáticas:
Neopaganismo: Crença nos deuses e na civilização Grega; Crença em todos os deuses do Olimpo e de Cristo como mais um deus. “Bocas roxas de vinho”; “Prefiro rosas, meu amor, à pátria”; “As rosas dos jardins de Adónis”.
Características Temáticas:
No Neopaganismo, é estabelecida uma dictomia entre os homens e os deuses. Os homens, que têm uma conotação negativa (utilização da cor negra ou da poeira, símbolo de agitação), pouco podendo ajudar na vida do sujeito poético visto que os deuses têm uma conotação positiva (utilização da cor branca: pureza), vivendo em harmonia, paz, fazendo do estoicismo e epicurismo a sua filosofia de vida, tal como o sujeito de enunciação.
Conteúdos Gramáticos:
1. Pré-nominal: atribui valor subjectivo
2. Pós-nominal: atribui valor restritivo
Conjunções coordenativas:
a) Copulativas: ligam termos ou orações de idêntica função (e, nem, mas também).
b) Adversativas: ligam termos ou orações mas estabelecem uma ideia de oposição (mas, porém, todavia, contudo, no entanto).
c) Disjuntivas: marcam uma alternativa ou uma dissociação (ou, ora, quer, nem, seja).
d) Conclusivas: ligam termos ou orações, estabelecendo uma relação de conclusão (logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim).
Conjunções subordinativas:
a) Causais: indica uma causa (porque, pois, porquanto)
b) Concessivas: indicam uma ideia de oposição à da oração subordinante, não impedindo a sua concretização (embora, ainda que)
c) Condicionais: existência de um determinado condicionamento à realização do facto principal (se, caso, salvo se)
d) Consecutivas: exprimem a ideia de consequência do que foi enunciado na oração anterior (que, de forma que, de maneira que)
e) Comparativas: comparação entre as orações subordinante e subordinada.
f) Finais: finalidade (para que, a fim de que, porque)
g) Temporais: indicam circunstância de tempo (quando, enquanto, antes que, depois que)
h) Completivas: introduzem uma oração que funciona como sujeito, complemento directo, indirecto, predicativo, aposto (que e se)
Emprego dos modos verbais:
a) Indicativo: quando se considera o facto expresso como certo, real.
b) Conjuntivo: quando se considera completamente diversa à nossa atitude, sendo uma coisa incerta, duvidosa, eventual ou irreal.
c) Imperativo: quando existe o intuito de exortar um interlocutor a cumprir a acção indicada pelo verbo. Pode também ser utilizado como forma de conselho ou convite.
d) Condicional: quando depende de uma condição.
e) Infinitivo: pessoal - acções intemporais/universais; impessoal – verbo na forma infinitiva, por ex: amar, brincar, jogar, etc.
Sem comentários:
Enviar um comentário